Projetos em Andamento

SANEAMENTO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ATITUDES AMBIENTAIS DOS TRABALHADORES DAS ETAS E ETES DA CASAN

Mestrando: Igor Schutz dos Santos.

A presente pesquisa tem como objetivo compreender como as atividades de educação ambiental de trabalhadores em saneamento contribuem para o desenvolvimento de suas atitudes ambientais. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, classificada quanto a seus objetivos como exploratória e descritiva, possibilitando maior familiaridade com o tema e descrição das características dos sujeitos pesquisados. Farão parte da pesquisa trabalhadores das Estações de Tratamento de Água (ETAs) e Esgoto (ETEs) da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN). Serão realizadas três etapas. 1) Aplicação do Inventário de Atitudes Ambientais; 2) Acompanhamento de atividade de EA em visita a ETA e ETE com registros de fotos e diário de campo; e 3) Entrevista semiestruturada em profundidade. Da primeira etapa participarão todos os trabalhadores que operam as estações de tratamento em que são realizadas atividades de EA, enquanto as demais etapas serão realizadas especificamente junto àqueles que realizam as atividades de EA. Os resultados do IAA serão submetidos a análise descritiva e correlacional, enquanto a entrevista será submetida a análise de conteúdo através do software Atlas ti 5.0. Com os resultados obtidos, espera-se compreender as atitudes ambientais dos educadores associadas à água e o contexto de saneamento. Espera-se discutir elementos da EA não-formal em ambiente de trabalho, de forma a esclarecer os métodos efetivos de aprendizado para comportamentos e atitudes ambientalmente responsáveis que, uma vez adotados em decorrência da atividade de trabalho em EA, propiciem desenvolvimentos semelhantes no público destinatário de tais atividades.

Palavras-chave: educação ambiental, atitudes ambientais, saneamento.

ESTRESSE E RESTAURAÇÃO HOSPITALAR: PREDITORES AMBIENTAIS NA PERSPECTIVA DE ACOMPANHANTES

Mestranda: Maísa Hodecker.

Espera-se que instituições de saúde promovam a recuperação da saúde e bem-estar a seus pacientes. Essas instituições recebem e acomodam indivíduos com enfermidades, sofrimentos, limitações e dores. Esses indivíduos não apenas são os próprios pacientes como seus acompanhantes. O ambiente hospitalar visto sob essa perspectiva acomoda a dualidade saúde-doença. Objetiva-se com a pesquisa identificar características ambientais de um hospital infantil que favorecem sensações psicológicas de restauração do estresse aos acompanhantes. O estudo adota um delineamento qualitativo, do tipo exploratório-descritivo, partindo de um corte transversal. Para a coleta de dados, será utilizada a abordagem multimétodos, na qual realizar-se-á a aplicação de um questionário sociodemográfico para levantar dados de cada acompanhante, assim como será aplicado o Wish Poem (Poema do Desejo) para identificar expectativas de acompanhantes sobre como o hospital deveria ser ou o que deveria ter, e por fim, será aplicada uma entrevistas semiestruturadas sobre preditores de restauração psicológica do estresse associada a técnica walk-around-the-block e ambiente fotografado. A quantidade de participantes que farão parte da pesquisa será delimitada seguindo o método de Saturação de Dados. Nesse sentido, os participantes serão abordados até que os dados contemplem uma uniformidade a ponto de não mais apresentar novos dados. Para a análise dos dados, optou-se pela análise de conteúdo temática categorial de Bardin, com o auxílio do software Atlas.ti, versão 8.0. O software possibilita auxiliar a análise do conteúdo proveniente dos dados coletados, construção de categorias e organização dos dados de acordo com os temas principais emergidos. Para sustentar teoricamente os resultados advindos da pesquisa, será consultada ambas as teorias de restauração, embora com ênfase na Teoria da Restauração Psicofisiológica de Ulrich, Ambientes Restauradores e Evidence-Based Design. Estima-se produzir um relatório que será encaminhado para o hospital contendo os aspectos físicos que, para os acompanhantes, poderiam ser qualificados em prol de melhor permanência e conforto no hospital durante a internação da criança, e, como contrapartida, aspectos e características físicas do ambiente que podem ser mantidos, pois causam sensações e sentimentos de valência positiva.

PALAVRAS-CHAVE: Estresse, Ambientes Restauradores, Psicologia Ambiental, Acompanhantes de pacientes.

 

AMBIENTE FÍSICO E SIGNIFICADO AMBIENTAL NO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO AFETIVA DO ESTRESSE EM QUARTOS DE INTERNAÇÃO PEDIÁTRICOS

As mensagens comunicadas pelo ambiente físico são consideradas uma fonte importante de estresse nos hospitais quando representadas por aspectos de valor negativo ou que não correspondem às expectativas ambientais dos pacientes. No presente estudo, hipotetiza-se que o ambiente físico hospitalar, através das mensagens que comunica, consinta ou até mesmo promova a recuperação a partir do estresse, caso suscite cognições e afetos de valência positiva. Desse modo, propõe-se identificar os atributos físicos visuais de quartos de internação pediátricos que comunicam aos pacientes mensagens ambientais relacionadas à restauração afetiva do estresse. O estudo adotará um delineamento de métodos mistos, por associação de observação direta e indireta, uma estratégia de investigação qualitativa e quantitativa, e um perfil descritivo. Participarão do estudo pacientes pediátricos com idade superior aos 8 anos e genitores. A pesquisa se dará em quartos de internação pediátrica de hospitais da cidade de Florianópolis (SC). A coleta de dados ocorrerá em duas fases, compreendendo: (a) observação direta do ambiente físico construído e de vestígios ambientais do comportamento, administração de questionários a pacientes e pais, bem como consulta à documentação clínica e plantas arquitetônicas (Fase 1); (b) entrevistas semiestruturadas a pacientes a partir de fotografias de quartos de internação (Fase 2). O tratamento dos dados envolverá análise estatística descritiva e relacional e análise de conteúdo temática e categorial. Os resultados serão discutidos a partir da convergência multimetodológica e com o suporte da literatura sobre Ambientes Restauradores, Percepção Ambiental, Cognição Ambiental e Design Baseado em Evidência (Evidence-based Design). Este estudo insere-se em um projeto de pesquisa transcultural sobre atributos físicos e significado ambiental no processo de restauração do estresse em hospitais, cuja primeira etapa envolveu dados coletados na Itália e no Reino Unido.
Palavras-chave: psicologia ambiental; ambientes restauradores; restauração do estresse; significado ambiental; hospital pediátrico.

 

PSICOLOGIA AMBIENTAL E BEM-ESTAR NAS INSTITUIÇÕES

O referido projeto de extensão trata da implementação de cursos de formação na área de psicologia ambiental em diferentes contextos institucionais, com o objetivo de promover o bem-estar nesses ambientes. Os cursos são oferecidos pelo Laboratório de Psicologia Ambiental e são constituídos por dois módulos de 18 horas cada, um teórico e outro prático, com o seguinte conteúdo programático: introdução à Psicologia Ambiental (PA); apresentação do trabalho de pesquisa desenvolvido pelo Laboratório de Psicologia Ambiental – LAPAM, conceitos e métodos em Psicologia Ambiental; pesquisa e aplicação; elaboração orientada de proposta voltada a melhorias no ambiente institucional. Entre os resultados esperados, pretende-se a sensibilização dos participantes para os temas da interação pessoa-ambiente, bem como a geração de impactos sócio-ambientais positivos a partir das propostas de intervenção elaboradas.

 

ESPAÇOS VERDES URBANOS: QUALIDADE DE VIDA E DESENVOLVIMENTO INFANTIL EM FLORIANÓPOLIS  

Este projeto tem por objetivo dar continuidade à linha de pesquisa do Laboratório de Psicologia Ambiental – LAPAM, expandindo-se, para além do contexto familiar e das relações nele estabelecidas, ao reduto educacional. Busca-se compreender de que form a o uso dos espaços verdes na cidade e na escola contribuem para o desenvolvimento infantil. Pretende-se relacionar tais resultados às percepções de pais e professores sobre a inter-relação criança-natureza, alicerçados à base fornecida pela última proposta de PIBIC do Laboratório. Com vistas ao alcance dos objetivos elencados, pretende-se utilizar das pesquisas e aportes teóricos que norteiam as investigações do LAPAM na área. Estudos sobre afetividade, desenvolvimento psicológico, interação pessoa-ambiente, e benefícios dos espaços verdes são temáticas essenciais para o embasamento teórico, além de canais de compartilhamento de conhecimentos a partir dos resultados obtidos e em desenvolvimento nos projetos de iniciação científica do Laboratório. Os espaços urbanos investigados serão: um parque municipal e dois pátios escolares da cidade de Florianópolis. A metodologia de pesquisa pressupõe modelos explicativos integrados e envolverá uso de multimétodos, através de protocolo de observação sistemática, entrevista, registro fotográfico e confecção de mapeamento comportamental. Com base em análise de conteúdo temática categorial se alicerçará uma perspectiva qualitativa, assim como a natureza quantitativa será facilitada por um software de análise estatística. Almeja-se que os dados levantados corroborem tanto para o planejamento e adequação de normas que regulamentem os espaços verdes urbanos, quanto para orientação e subsídios de políticas públicas relacionadas. Entende-se que ao avaliar a qualidade de contextos imediatos de desenvolvimento humano, define-se uma estratégia de investigação e ação embasada na qualidade de vida e na interação de crianças, pais e professores com a natureza. Portanto, sustentado no reduto das políticas públicas de atenção à infância, o LAPAM, que já desenvolve desde abril de 2016 um projeto de extensão no parque estudado com o intuito de divulgar os achados da linha de pesquisa e promover o entendimento da importância da natureza no desenvolvimento psicológico infantil, pretende se expandir cientificamente, construindo ciência e oportunizando experiência a jovens e novos pesquisadores em Psicologia Ambiental. Palavras-chave: educação ambiental, psicologia ambiental, promoção da saúde, infância, espaços verdes.

 

PSICOLOGIA AMBIENTAL E SAÚDE MENTAL: DIÁLOGOS EM RESIDENCIAIS TERAPÊUTICOS

Responsável: Bettieli Barboza da Silveira

Lattes:  http://lattes.cnpq.br/6085081583148344
E-mail: bettieli.bs@gmail.com

Detentor de múltiplos significados e valores, o lar é, constantemente, percebido como promotor de sentimento de pertença, de segurança, de liberdade e de refúgio interno. A percepção de lar e o fato de habitar uma casa permitem ao sujeito à construção contínua de autoidentidade. Ao considerar o grande e crescente número de pessoas que busca satisfazer suas necessidades diárias de restauração psicológica do estresse dentro e no entorno de uma casa, este projeto se destina a corroborar com os achados científicos que buscam fornecer orientações na identificação de atributos físicos que afetam a experiência restaurativa em ambientes urbanos. Neste sentido, os conceitos de identidade social urbana e de ambiente restaurador se unem ao de significado ambiental, considerando que as pessoas reagem aos ambientes de acordo com os significados construídos da relação pessoa-ambiente, tendo a afetividade como elemento central desta interação. Vislumbra-se identificar de que modo à apropriação do lugar e do entorno ocorre perante as explorações de moradores de Residenciais Terapêuticos junto das cidades. No intuito de desconstruir a lógica institucionalizante perpetrada por anos na saúde mental, trata-se de fundamental importância atentar para a promoção de saúde e a inclusão das diferenças no reduto urbano. Para tanto, almeja-se compreender de que modo ocorre o processo de restauração do estresse, de construção de significado ambiental e de identidade social urbana de internos de residenciais terapêuticos.

 

O CANSAÇO DA ATENÇÃO: CONTRIBUIÇÕES DOS ELEMENTOS NATURAIS E CONSTRUÍDOS PARA A RESTAURAÇÃO DA ATENÇÃO DE CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR

Responsável: Natanna Taynara Schütz

Lattes:  http://lattes.cnpq.br/1307600247965352
E-mail: natannataynara@gmail.com

Os recursos mentais são limitados, mostrando-se necessário se concentrar em determinadas informações, o que é possibilitado pelos recursos psicológicos envolvidos da atenção. Nos anos iniciais do ensino fundamental as crianças, no geral, apresentam um progresso contínuo no que se refere a regular e manter a atenção. A atenção é um domínio importante para realizar atividades novas, pois enquanto os processos que desempenhamos automaticamente (não necessitam controle consciente, pois já aprendemos) requerem pouca atenção, os processos controlados (aqueles que estamos aprendendo) requerem considerável atenção. Quando a atenção da criança diminui, a mesma passa a apresentar maior dificuldade em lidar com situações estressantes, sendo necessário que ocorra uma recuperação/ restauração dessa capacidade. Estudos apontam a capacidade restauradora da atenção de determinados ambientes, como parques, florestas e ruas arborizadas, em função dos elementos naturais contidos neles (Albuquerque, Silva, & Kuhnen, 2016; Berman, Jonides, & Kaplan, 2008; Corraliza, Collado & Bethelmy; 2012; Glesser, 2014; Kaplan, 1995; Maller et al, 2005; White & Stoecklin, 2011). A psicologia ambiental tem como foco as configurações físicas do meio ambiente, na forma que este desempenha um papel significativo na vida das pessoas (Kaplan & Kaplan, 2009). Importante compreender o que torna um ambiente restaurador, visto a necessidade de aumentar tais recursos restauradores para contribuir na melhoria de problemas ocasionados pelas fadigas mentais apresentadas pelas crianças em idade escolar.  O objetivo é verificar quais elementos naturais e construídos dos lugares públicos contribuem para restauração da atenção concentrada de crianças em idade escolar. Pretende-se, assim, medir a atenção das crianças em dois ambientes e comparar a fim de correlacionar a variável dependente – atenção –, com as variáveis independentes – escola, praça de lazer e idade. A restauração da atenção, será medida por meio da diferença de atenção após o período de cansaço da atenção e a atenção após o período de descanso. A pesquisa será realizada na cidade de Rio do Sul – Santa Catarina, sendo a coleta de dados realizada em dois locais públicos de naturezas diferentes: uma escola pública estadual e uma praça de lazer municipal, selecionados a partir da proximidade geográfica que facilitará a coleta de dados, visto a necessidade de coletar os dados nos dois contextos, a fim de garantir maior confiabilidade nos resultados e atender o objetivo da presente pesquisa. Serão incluídas no estudo, 60 crianças regularmente matriculado no 1º, 3º e 5º ano do ensino fundamental (portanto, serão três turmas) e apresentar idade entre seis e 12 anos. A coleta de dados será dividida em dois momentos, e contará com três instrumentos em cada momento.

 

O VÍNCULO DAS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA COM O CENTRO DE FLORIANÓPOLIS

Responsável: Denise Silvestrin

Lattes:  http://lattes.cnpq.br/5557404540575451
E-mail: denise.silvestrin@gmail.com

A pesquisa buscará compreender como as pessoas em situação de rua estabelecem vínculos com o Centro da cidade de Florianópolis, utilizando para isso a Teoria do Apego ao Lugar (Giuliani, 2004). A pesquisa será realizada com método qualitativo e desenho etnográfico. Em função de seus objetivos, será uma pesquisa descritiva e exploratória, que contará com etapas de observação e inquérito pessoal, que serão analisadas individualmente e posteriormente relacionadas entre si. Pretende-se que o número de participantes seja de aproximadamente 12 pessoas maiores de 18 anos e que estejam em situação de rua. O acesso aos sujeitos da pesquisa será feito pelo intermédio do Instituto Arco-Íris de Direitos Humanos.